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Cinema Libre, portal de filmes em domínio público

João Pinheiro + fontes
Para poder assistir [legalmente] um filme, você deve comprar ingressos para o cinema, mídias em DVD, serviços virtuais ou aluguel em locadoras, correto? Pois bem, o portal brasileiro Cinema Libre quer levar os sucessos em domínio público para todos gratuitamente! Veja só!


Foi-se o tempo em que clássicos da era de ouro do cinema mofavam escondidos em rolos e latas. Com 70 anos ou mais, filmes mudos, em preto e branco e exemplos pioneiros da animação ou da ficção científica podem estar na terceira idade, mas agora estão em cartaz por tempo indeterminado na internet, muitas vezes com boa qualidade e até legendas em português.

Do clássico vencedor do Oscar “E o Vento Levou” a projetos mais experimentais, como as primeiras filmagens dos irmãos Lumière ou o surrealismo de Luís Buñuel, passando pelos filmes obrigatórios para entender a história do cinema, como “O Encouraçado Potemkin”, de Sergei Eisenstein; “A General”, de Buster Keaton, e “Luzes da cidade”, de Charles Chaplin, a terceira idade do cinema está sob domínio público e pode ser assistida online por meio de plataformas de vídeos e blogs dedicados à causa.

Com apenas 25 anos, Lucas Bombonatti é um desses “benfeitores” do cinema de domínio público, os filmes que, por lei, perderam os direitos autorais.

Ele deixou de lado a engenharia e até mesmo os longas do diretor Quentin Tarantino — dos quais era fã — quando assistiu, pela primeira vez, às produções de Charlie Chaplin.

“O cinema de antigamente era feito com mais amor, com mais paixão. É muito pensamento, não é uma simples piada. Você percebe que é algo muito trabalhado, observa.

Além de ter planos de cursar cinema, ele dedica o seu tempo ao site Cinema Libre, que criou no início do ano e onde reúne filmes que já estão espalhados pela web. O Cinema Libre nasce com a meta de disponibilizar online, em versões completas e legendadas, todos os filmes que se encontram sob domínio público em território brasileiro.

O site também possui páginas especiais para os grandes artistas do cinema e também para os países que mais influenciaram e ainda influenciam a sétima arte.

“A pirataria hoje em dia é muito difundida. Acho que faltava um lugar para encontrar esses filmes de maneira organizada e sob a legislação.

Lucas passa os dias pesquisando se os filmes se enquadram na lei brasileira de domínio público — quando os direitos autorais expiram após 70 anos do lançamento. “A parte da legenda toma a maior parte do tempo, mas garantir que esse filme esteja realmente sob domínio público leva um tempo também. Se o filme é uma restauração, dá para identificar o órgão responsável pela versão. Entro em contato para saber se realmente não tem direitos autorais, mesmo com a nova versão”, explica.

Com a peneira, o francês “A Nós a Liberdade”, de 1931, filme que inspirou Chaplin a fazer “Tempos Modernos”, de 1936, ficou de fora do portal, por sua versão restaurada impedir que a produção entre em domínio público.

Em compensação, as primeiras animações da Disney, lançadas entre 1937 e 1942 — como “Branca de Neve e os Sete Anões”, “Pinóquio”, “Fantasia”, “Dumbo” e “Bambi” —, podem ser vistas gratuitamente, algo que nem os americanos têm permissão para fazer.

Atualmente, o prazo de proteção do copyright nos Estados Unidos é de 95 anos, graças ao lobby dos estúdios Disney em cima da lei do domínio público, conhecida por lá como “Lei Mickey Mouse”. “Nunca tive problemas de precisar tirar um filme do ar. Eu sigo a lei brasileira, explica Lucas.

Com mais de 300 filmes listados no site, o cinéfilo agora quer aumentar a coleção virtual para 1001 pérolas de um cinema clássico, mas um tanto esquecido. Para tal, ele se inscreveu o site no Catarse, uma das principais plataformas de crowdfunding, para financiar o projeto. “Será uma expansão, com player próprio e uma espécie de rede social. Dedico meu dia a isso. Gosto de ver o antigo”, diz.

O projeto somente será liberado se forem arrecadados R$15.000,00, do contrário todo o dinheiro que tiver sido arrecadado será devolvido aos apoiadores. Cerca de 13% desse dinheiro fica com o Catarse e outra parte é gasta com as recompensas que oferecem aos ajudantes, o restante será utilizado para:
  • Compra de equipamentos necessários para construir um servidor e pagar o serviço de rede que irá manter os filmes online 24 horas por dia.
  • Disponibilizar gratuitamente com legendas 1001 filmes em domínio público. Todos completos e organizados em páginas especiais para artistas, países e gêneros. 
  • Criar a sessão especial sobre toda a história do cinema, desde os primeiros filmes dos irmãos Lumière e Georges Méliès, até os mais recentes.
  • Realizar a reprogramação do portal para poder disponibilizar um perfil pessoal para cada usuário para que possam enviar críticas, comentários, fazer uma lista dos filmes favoritos, dos filmes que querem assistir, dos filmes que já assistiram, dar notas.
  • Criar um ranking geral dos filmes que forem disponibilizados.
  • Criar um fórum para interação entre os usuários.
Quer apoiar? Acesse o site do Cinema Libre e a página no Catarse para participar e conhecer melhor o projeto:
— http://cinemalibre.wix.com/cinemalibre
— http://www.catarse.me/pt/cinemalibre
Gostou do projeto? Fique ligado no Curioso e Cia. Veja outros posts como esse ou sugira um outro por e-mail, por mensagens do Facebook, pelo Twitter com a hashtag #QueroVerNoCurioso ou pelo Ask.FM. Entra aí:
Fonte: UOL; Cinema Libre; Catarse
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