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Porque apenas os EUA utilizam graus Fahrenheit?

 CURIOSITYFLUX | EDIÇÃO: JOÃO PINHEIRO
E aí, quantos graus está aí [no Brasil está quente]? Em qualquer lugar do mundo que você for, entenderá facilmente os termômetros [em graus Celsius], menos nos EUA, o único país de destaque que usa a escala Fahrenheit. Você sabe por quê? Veja só a resposta dada pelos nossos amigos do curiosityFlux para essa #DúvidaCruel!


O Brasil, assim como quase todo o resto do mundo, utiliza a escala Celsius [°C] para representar a temperatura. Além dessa, existe outra escala de importância, o Fahrenheit [°F], em utilização. Trata-se de um sistema de medição que atualmente só é usado por três países no mundo: Estados Unidos, Myanmar e Libéria.

Destes, apenas os EUA são considerados um país desenvolvido, o que o torna caso único no mundo. Porque é que os americanos ainda não medem a temperatura em Celsius, como quase toda a gente?

A explicação vem de muito tempo. Foi no longínquo ano de 1692 que o alemão Daniel Gabriel Fahrenheit, nascido na Polônia, se tornou a primeira pessoa no mundo a conseguir que dois termômetros tivessem o mesmo nível de mercúrio.

Diante do feito, Fahrenheit estabeleceu uma escala que tinha a temperatura febril [37,7°C, ou 100ºF] como referência. Em graus Fahrenheit, a água ferve aos 212°F e congela aos 32°F, números bem menos redondos do que acontece na escala Celsius [100°C e 0°C].

Já o sueco Anders Celsius, contemporâneo de Fahrenheit, inventou em 1742 o sistema que é normalmente usado mundo afora.


“Celsius é reconhecido como o primeiro a realizar e publicar experiências cuidadosas com o objetivo de definir uma escala internacional de temperatura com bases científicas, explica Olof Beckman, da Universidade de Uppsala, no leste da Suécia.

Apesar do trabalho de Celsius, Fahrenheit tinha “chegado primeiro”, e sua teoria foi aceita na British Royal Society, a mais importante academia científica da época, o que fez com que o sistema por ele desenvolvido fosse adotado pelo Reino Unido e suas respetivas colônias com mais facilidade do que a escala Celsius.

E assim foi até meados do século XX. O Reino Unido começou a mudar para o sistema métrico a partir de 1965 e, juntamente com os metros e os quilogramas, adotou também as temperaturas em Celsius. As colônias e ex-colônias seguiram o exemplo. Mas não os EUA. Porquê?

Nesse país, como explica o site Vox, até chegou a ser aprovada uma lei no Congresso que previa a adaptação ao sistema métrico, deixando de lado as medidas que ainda hoje são populares por lá [Fahrenheit, milhas, acres, galões, libras, onças fluidas]. Mas a lei recebeu o status de facultativa.


“Os motoristas se rebelaram contra a ideia de os sinais nas autoestradas serem em quilômetros, os observadores meteorológicos empalideceram perante a perspetiva de fazer previsões em Celsius e os consumidores recusaram comprar carne em quilos, como mostra o Mother Jones.

Assim, a lei tornou-se obsoleta, o antigo sistema se manteve e, em 1982, Ronald Reagan enterrou definitivamente o sistema métrico, ao acabar com o grupo de trabalho que tinha sido criado especificamente para a implementação do dito.

Por fim, uma pequena história sobre uma das consequências que a não-adoção do sistema métrico acarretou para os Estados Unidos. Em 1999, o primeiro satélite meteorológico a orbitar outro planetaneste caso, Martedesapareceu dos radares. O sumiço ocorreu porque foram utilizados dois softwares para a ignição dos propulsores que usavam medidas diferentes de força:

Um funcionava em libras [sistema imperial, utilizado pelos EUA] e o outro, ao receber os dados do primeiro, assumiu automaticamente que os valores estavam em newtons [unidade do sistema métrico internacional para força]. Com a confusão, o satélite atingiu o limite da atmosfera marciana e saiu de órbita. Foram US$ 125 milhões perdidos.



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Fonte: curiosityFlux
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