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Alumínio já valeu mais que ouro!

João Pinheiro + fontes
Não é mentira! O alumínio que todos conhecemos já valeu sim mais que ouro! Ele já foi considerado um metal raro e valioso durante o século 19. Veja só!


O alumínio certamente é um dos elementos mais abundantes da Terra. Hoje ele aparece em embalagens de alimentos, latinhas de refrigerante, na estrutura de aviões e tem mais de uma centena de aplicações. Porém, o metal nem sempre esteve disponível e a sua raridade [?] fez com que ele chegasse a custar mais do que ouro. Não deixe de conferir este artigo para entender como isso aconteceu e conhecer um pouco mais sobre a história desse metal tão útil nos dias de hoje.

A história do alumínio


Tudo começa com o fato de que, mesmo representando cerca de 8% da crosta terrestre, o alumínio não pode ser encontrado em sua forma metálica em nenhum canto do planeta.

Ou seja, o alumínio aparece principalmente como parte de um composto químico, como o alúmen de potássio, por exemplo.

Mesmo antes de o alumínio ser descoberto ou mesmo teorizado, os compostos da classe dos alúmens já possuíam diversas aplicações desde a antiguidade. No entanto, acredita-se que o primeiro registro do elemento date de 1807, quando o químico Sir Humphrey Davy argumentou que o alúmen era o sal de um metal que ainda não havia sido descoberto. Davy pretendia batizar esse elemento de “alumínio”.

Porém, existe algum debate na comunidade científica sobre Davy ter sido realmente o primeiro a falar sobre o metal, já que 30 anos antes [em 1778] o químico francês Antoine Lavoisier comentou em seu livro Elementos de Química que o que ele chamava de “argila” [óxido de alumínio] poderia teoricamente existir como um metal sólido, mas a tecnologia disponível não permitia desfazer a forte ligação entre os átomos de oxigênio.

Como atualmente


O alumínio como conhecemos hoje foi originalmente criado em laboratório por Hans Christian Ørsted ao aquecer o cloreto de alumínio com amálgama de potássio em 1825.

Em homenagem ao trabalho de Humphrey Davy, o novo metal ganhou o nome de alumínio. Porém, o material obtido por Ørsted não passava de algumas lascas de metal pequenas e impuraso que dificultava a análise do material.

Dois anos depois, Friedrich Wöhler desenvolveu uma nova maneira de isolar o alumínio em pó e melhorou bastante as técnicas utilizadas no experimento de Ørsted. Mesmo assim, foi preciso esperar mais 18 anos até que a quantidade de metal produzida fosse suficiente para que os cientistas pudessem analisar suas propriedades.

Em 1845, o alumínio começou a fazer sucesso. Mas foi apenas em 1854 que o químico francês Henri Sainte-Claire Deville desenvolveu uma maneira de produzir o metal em larga escala com o uso de sódio. Pela primeira vez na História, esse método permitiu a produção de quilos do metal de uma única vez. Para se ter uma ideia, Deville conseguia produzir em um único dia a mesma quantidade que Wöhler levaria anos para obter.

Caro como ouro


No ano seguinte, em 1855, 12 pequenos lingotes de alumínio foram colocados em exposição em uma enorme exibição francesa organizada a pedido do imperador francês Napoleão III.

Imediatamente após a exibição, a demanda pelo novo metal leve e brilhante aumentou significativamente. Como o metal se mostrou ideal para produzir joias, não demorou muito para que a elite francesa estivesse usando broches feitos de alumínio.

Entretanto, o responsável pela produção em larga escala do metal não gostou de saber que o elemento estava sendo usado por uma pequena classe de pessoas quando poderia estar beneficiando às massas. E o imperador Napoleão III — que havia financiado o estudo e a produção do metal muito antes da exibição — compartilhava o pensamento do químico e acreditava que o alumínio poderia ser usado para produzir equipamentos leves para seu exército. De fato, alguns capacetes chegaram a ser confeccionados, mas o alto custo do refinamento do material impediu a continuidade do projeto.

Frustrado, Napoleão III fez com que seu estoque de alumínio fosse derretido e transformado em talheres. Uma das evidências desse fato é que existiam rumores de que o imperador francês comia em pratos de alumínio e dividia seus luxuosos talheres apenas com convidados nobres, enquanto as outras pessoas utilizavam peças forjadas em ouro.

Não existem meios de confirmar se a história dos talheres de Napoleão III é verdadeira ou não. Mas fato é que, mesmo sendo muito mais abundante do que o ouro, o alumínio era mais difícil de ser obtido, o que o tornava um dos metais mais caros e nobres da época.

“Do luxo ao lixo”


Esse panorama começou a mudar em 1886, quando descobriu-se que era possível obter grandes quantidades de alumínio através da eletrólise. A descoberta foi feita por Paul Lois Toussaint Héroult e Charles Martin Hall quase ao mesmo tempo.

Curiosamente, os dois trabalhavam de maneira independente na França e nos Estados Unidos, o que levou o processo — que é utilizado até hoje — a ser chamado de Héroult/Hall em homenagem aos dois profissionais.

Dois anos depois, o químico austríaco Carl Josef Bayer revelou que o óxido de alumínio podia ser obtido a partir da bauxita com baixos custos. Todos esses processos fizeram com que o preço do alumínio despencasse 80% do dia para a noite. Dentro de poucos anos, o alumínio passou do posto de metal mais caro do planeta para o lugar do mais barato.

Em termos de comparação, vale pensar que em 1852 [ou seja, antes do surgimento do processo de Héroult/Hall], o quilo do metal era vendido por 1,2 mil dólares. Já no início do século 20, a mesma quantidade não chegava a custar um dólar!!

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Fonte: Mega Curioso
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