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Os pernilongos gostam mesmo de sangue?

MEGA CURIOSO, FOLHA DE S.PAULO | EDIÇÃO: JOÃO PINHEIRO
Os mosquitos que tanto irritam no verão — e alguns que, inclusive, transmitem doenças graves — não vão atrás de você porque gostam de sangue, mas sim por outro motivo. Saiba qual! Veja só!


Quando está calor e as janelas estão abertas, não tarda para que os pernilongos invadam as nossas casas preparados para nos picar durante o sono ou quando estamos desavisados.

Primeiramente, precisamos esclarecer algo: os únicos mosquitos que sugam o nosso sangue são as fêmeas. Além disso, elas não picam a gente para se alimentar do nosso precioso sangue — na verdade, elas nem precisam desses nutrientes para viver bem.

O consumo de sangue de humanos e de animais pelos pernilongos só possui um objetivo: o desenvolvimento correto e saudável dos ovos. Exatamente, nosso sangue é usado para fazer mais pernilongos.

Quando um pernilongo suga o sangue de alguém com sucesso, ele passa os próximos dias em repouso, digerindo os nutrientes encontrados para que os seus ovos fiquem saudáveis, produzindo aminoácidos que são utilizados como blocos de construção para a síntese das proteínas das gemas.

Os machos não sugam o sangue, portanto eles correm menos risco de serem mortos a chineladas por você. Tanto os machos quanto as fêmeas se alimentam do néctar das plantas, de modo bastante parecido ao das abelhas.

Perfume de picada


Eles não são vampiros, mas vêm de noite em busca de sangue. Conhecidos como pernilongos, mosquitos do gênero Culexque atacam principalmente no verão —, além de não precisarem do sangue para se sustentar na fase adulta, também não escolhem as vítimas por causa dele, mas sim pelo cheiro.

Quem tem um metabolismo mais acelerado está mais sujeito às picadas. Isso porque as pernilongas rastreiam no ar o CO₂ e o ácido láticosubstâncias geralmente produzidas em maior quantidade por essas pessoas ou após grande esforço físico.

Os mosquitos têm proteínas em suas antenas que funcionam como receptores de “cheiro”, explica Paulo Ribolla, biólogo e professor do Instituto de Biociências de Botucatu, da Unesp. Além disso, a atração que os pernilongos têm por alguma pessoa em especial pode estar relacionada à flora de bactérias e fungos presentes na pele.

Não há muito como mudar, via alimentação, a atratividade que se exerce aos pernilongos. Um mito popular aponta que comer alho poderia ajudar, pelo cheiro exalado, a espantar os mosquitos [e talvez também outras pessoas].

Segundo a pesquisadora Maria Anice Sallum, bióloga e professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, a quantidade de alho ingerida para que criar esse efeito teria de ser gigantesca. Segundo Sallum, o mesmo vale para frutas e docesque poderiam atrair os bichos. A ingestão não altera o comportamento deles.


A espécie mais comum de pernilongos, Culex quinquefasciatus, está presente em todo o mundo, especialmente na região tropical. Em uma cidade como São Paulo, consegue viver e se reproduzir o ano todo, mas, com o calor e a umidade mais alta no verão, a população aumenta muito.

Para reduzir a quantidade de pernilongos em São Paulo, um caminho seria a despoluição do rio Pinheiros e a eliminação de outros focos de água parada com material orgânico. Sem isso, restam as telas, mosquiteiros, inseticidas e repelentes.

Uma alternativa “mais natural” para lidar com os mosquitos é o uso da citronelauma planta aromática — e dos incensos e óleos feitos à base de extratos vegetais. Leandra Metsavaht, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia, porém, alerta que o contato direto desses compostos com a pele pode provocar alergias ainda mais graves que aquela da picada.

A dermatologista diz que o ideal é usar os repelentes que já tiveram a segurança atestada.




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Fonte: Mega Curioso; Folha de S.Paulo
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