Experimento cria “cimento” que absorve CO₂
GIZMODO | EDIÇÃO: JOÃO PINHEIRO
Seria essa uma possível diminuição na taxa de CO₂ das grandes cidades? Após um experimento falho, surgiu esse “cimento alternativo”. Veja só!
À medida que as cidades se expandem a velocidades cada vez maiores, o mesmo acontece com o uso do cimento, necessário para fazer o concreto. Uma estatística bastante citada diz que a China usou tanto cimento em três anos quanto os EUA nos últimos cem anos. Só há um problema: ele é responsável por colocar muito dióxido de carbono na atmosfera.
Para fabricá-lo, é preciso aquecer o calcário a 1.500°C, e isso emite bastante CO₂: estima-se que, para um milhão de toneladas de cimento, 800.000 toneladas de gás carbônico são despejadas na atmosfera.
Pesquisadores estão interessados em encontrar maneiras de prender esse CO₂, e por isso o projeto de um estudante da Universidade do Arizona, iniciado em 2002, está atraindo tanto interesse.
Uma reportagem recente da PBS conversou com David Stone, Ph.D. em ciência ambiental, cujo produto foi feito em um laboratório por acidente, enquanto ele fazia experimentos com ferro.
E mudar o paradigma de uma das maiores indústrias na Terra não é tão fácil quando demonstrar um grande avanço. Quatro bilhões de toneladas de cimento são fabricados a cada ano em todo o mundo; ele é a “cola” que permite ao concreto endurecer — e o concreto está por toda parte, em estradas, prédios, pontes e outros. Estamos falando de um setor que responde por até US$ 250 bilhões em lucros por ano.
Há algumas questões em aberto sobre o Ferrock: por exemplo, ele será viável quando produzido em larga escala? Saberemos mais com o tempo: o governo americano deu uma bolsa de US$ 200.000 para mais pesquisas com o material; e Stone fundou a empresa Iron Shell para comercializá-lo. Ou seja, provavelmente ouviremos mais sobre este projeto no futuro.
Será que a invenção vinga? Comente aí! Fique ligado no Curioso e Cia. Veja outros posts como esse ou sugira um outro por e-mail, por mensagens do Facebook, pelo Twitter com a hashtag #QueroVerNoCurioso ou pelo Ask.FM. Entra aí:
Seria essa uma possível diminuição na taxa de CO₂ das grandes cidades? Após um experimento falho, surgiu esse “cimento alternativo”. Veja só!
À medida que as cidades se expandem a velocidades cada vez maiores, o mesmo acontece com o uso do cimento, necessário para fazer o concreto. Uma estatística bastante citada diz que a China usou tanto cimento em três anos quanto os EUA nos últimos cem anos. Só há um problema: ele é responsável por colocar muito dióxido de carbono na atmosfera.
Para fabricá-lo, é preciso aquecer o calcário a 1.500°C, e isso emite bastante CO₂: estima-se que, para um milhão de toneladas de cimento, 800.000 toneladas de gás carbônico são despejadas na atmosfera.
Pesquisadores estão interessados em encontrar maneiras de prender esse CO₂, e por isso o projeto de um estudante da Universidade do Arizona, iniciado em 2002, está atraindo tanto interesse.
Uma reportagem recente da PBS conversou com David Stone, Ph.D. em ciência ambiental, cujo produto foi feito em um laboratório por acidente, enquanto ele fazia experimentos com ferro.
A ideia era impedir que o metal enferrujasse e endurecesse, mas aconteceu algo diferente.
“Ele começou a borbulhar e respingar. E eu pensei, bem, isso não deu certo. No dia seguinte, quando eu cheguei, achei o material no lixo e o resgatei. Percebi que ele não estava apenas duro: ele ficou muito duro, como um metal vítreo”, explica Stone.
“Ele começou a borbulhar e respingar. E eu pensei, bem, isso não deu certo. No dia seguinte, quando eu cheguei, achei o material no lixo e o resgatei. Percebi que ele não estava apenas duro: ele ficou muito duro, como um metal vítreo”, explica Stone.
Os metais vítreos [ou amorfos] têm uma estrutura semelhante ao vidro, que na verdade os tornam mais rígidos e menos frágeis que metais comuns.
No ano passado, Stone criou uma empresa que vende esse material, o chamado Ferrock.
Ele é feito a partir de resíduos de siderúrgicas [pó de aço] que normalmente não são reciclados — eles costumam ir direto para o lixão. O Ferrock também usa sílica, obtida de vidro reciclado e moído.
Essa mistura de produtos químicos suga CO₂ da atmosfera e o prende, como explica a Universidade do Arizona:
Além disso, o material resiste melhor que o cimento a fraturas e quebras. Como o material endurece à medida que o pó de ferro enferruja, ele pode ser usado em água salgada e outros ambientes corrosivos. E ele não requer o mesmo processo de produção do cimento, que consome muito calor.
Então o Ferrock poderia substituir o cimento, mesmo que em parte? Talvez. Este novo método ainda está em seu início: ele foi patenteado pela universidade, licenciado para Stone, e atualmente está em testes para demonstrar sua resistência.No ano passado, Stone criou uma empresa que vende esse material, o chamado Ferrock.
Ele é feito a partir de resíduos de siderúrgicas [pó de aço] que normalmente não são reciclados — eles costumam ir direto para o lixão. O Ferrock também usa sílica, obtida de vidro reciclado e moído.
Essa mistura de produtos químicos suga CO₂ da atmosfera e o prende, como explica a Universidade do Arizona:
“O Ferrock só endurece quando exposto a altas concentrações de dióxido de carbono, que é absorvido e preso, fazendo com que este material seja carbono negativo. Este gás do efeito estufa se espalha na mistura úmida e reage com o ferro, criando carbonato de ferro e tornando-se parte da matriz mineral do material”.
Além disso, o material resiste melhor que o cimento a fraturas e quebras. Como o material endurece à medida que o pó de ferro enferruja, ele pode ser usado em água salgada e outros ambientes corrosivos. E ele não requer o mesmo processo de produção do cimento, que consome muito calor.
E mudar o paradigma de uma das maiores indústrias na Terra não é tão fácil quando demonstrar um grande avanço. Quatro bilhões de toneladas de cimento são fabricados a cada ano em todo o mundo; ele é a “cola” que permite ao concreto endurecer — e o concreto está por toda parte, em estradas, prédios, pontes e outros. Estamos falando de um setor que responde por até US$ 250 bilhões em lucros por ano.
Há algumas questões em aberto sobre o Ferrock: por exemplo, ele será viável quando produzido em larga escala? Saberemos mais com o tempo: o governo americano deu uma bolsa de US$ 200.000 para mais pesquisas com o material; e Stone fundou a empresa Iron Shell para comercializá-lo. Ou seja, provavelmente ouviremos mais sobre este projeto no futuro.
Será que a invenção vinga? Comente aí! Fique ligado no Curioso e Cia. Veja outros posts como esse ou sugira um outro por e-mail, por mensagens do Facebook, pelo Twitter com a hashtag #QueroVerNoCurioso ou pelo Ask.FM. Entra aí:
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Fonte: Gizmodo; PBS; University of Arizona