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¡Gracias Chespirito!

João Pinheiro + fontes
Nosotros, sus fans brasileños, perderemos su humor creativo y bien hecho sin el uso de la violencia o la falta de educación para crear comedia. ¡Gracias Roberto Gómez Bolaños! [1929 – 2014]

Nós, seus fãs brasileiros, sentiremos falta de seu humor criativo e bem feito, sem uso da violência ou da falta de educação para criar a comédia. Obrigado Roberto Gómez Bolaños! [1929 – 2014]


Dono de frases antológicas como “ninguém tem paciência comigo” e “não contavam com a minha astúcia”, que marcaram gerações de fãs em toda a América Latina, Roberto Gómez Bolaños, criador dos seriados Chaves e Chapolin, morreu nesta sexta-feira (28) aos 85 anos. Bolanõs foi humorista, escritor, ator, produtor de cinema, televisão e teatro.

Bolaños, criador de personagens cativantes que divertiram milhões de espectadores, sofria há vários anos de problemas de saúde que o mantinham distante da vida pública.

Ainda não se sabe qual foi a causa da morte. O comediante, que morava em Cancún, tinha diabetes e efisema pulmonar.

O talentoso e prolífico comediante recebeu o apelido de Chespirito de um diretor de cinema, que é o diminutivo da pronúncia em espanhol de Shakespeare e o batizou assim por sua abundante produção de roteiros e sua estatura baixa.

“Roberto, não se vá, você permanece no meu coração e em todos os corações de tantas pessoas que você fez feliz. Adeus ‘chavito’, até sempre”, disse em sua conta no Twitter o ator Edgar Vivar, que interpretava o Seu Barriga no popular seriado Chaves.
“Obrigado por fazer tanta gente feliz e por todos os momentos maravilhosos que compartilhamos no grupo. Descanse em paz, Roberto”, disse Maria Antonieta de Las Nieves, que interpretou a Chiquinha.
“O México perdeu um ícone, cujo trabalho transcendeu gerações e fronteiras”, disse o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.
“Foi um bom companheiro, amigo, irmão e um dos melhores escritores dos últimos tempos no México”, disse Ruben Aguirre, que interpretou o professor Girafales.

Chaves e Chapolin Colorado foram os primeiros conteúdos que a emissora mexicana Televisa começou a exportar para o resto da América Latina no início da década de 1970 e que rendeu receitas milionárias.

Mais de quatro décadas depois de ter estreado — o primeiro episódio de Chaves em preto e branco foi exibido em 20 de junho de 1971 — os programas de Chespirito continuam em exibição em toda a América Latina, algo raro na televisão.

Sucesso reconhecido mundialmente


Chaves foi o programa mais visto da televisão mexicana e foi dublado em 50 idiomas, segundo a Televisa.

“Talvez o meu mérito foi conseguir, sem tentar, abordar um ambiente que existe no mundo inteiro”, refletiu Bolaños sobre o sucesso de Chaves em uma entrevista à agência de notícias Reuters. “Trabalhei muito neste personagem, que tem qualidade”, explicou ele, “mas a resposta exata eu não sei”.

O Chaves era uma criança que vivia em um barril em uma vila que poderia existir na Cidade do México ou talvez, podemos nos aventurar a dizer, em qualquer metrópole da América Latina. Chaves não tinha nome, mas um sonho: um sanduíche com presunto. Era humilhado, mas sua engenhosidade o salvava.

Os personagens do bairro faziam uma paródia do enraizado classismo da sociedade mexicana. “Gentalha, gentalha!”, gritava Quico, o suposto bom menino daquela peculiar tropa, que na realidade era um garoto com enormes bochechas que se refugiava atrás da saia de sua mãe.

O Chapolin Colorado foi criado separadamente. O México é um país que, apesar de sua vocação épica, tende a olhar com uma sobrancelha levantada, de incredulidade, para o surgimento de um herói autoproclamado. Por isso Chespirito teve a ideia de criar um herói peculiar.

Suas “antenas de vinil” detectavam qualquer coisa errada. Era muito [mas muito muito] desastrado. Mas tinha um grande coração. Sua “marreta biônica” [que era a sua arma] vencia os malvados, suas “pílulas de nanicolina” ajudavam a escapar de situações incômodas e “buzina paralisadora” servia para imobilizar inimigos e escapar de novo, deixando seu público, como sempre, fascinado. “Não contavam com a minha astúcia!”, falava para a câmera.

Falta descrever Chómpiras, o ladrão honrado; o doutor Chapatín, um veterano dos Supergênios da Mesa Quadrada que carregava uma sacola de papel que ninguém sabia o que tinha dentro ou Chaparrón Bonaparte, o louco mais ajuizado do pedaço.

Seus programas, sob nomes diferentes, foram transmitidos por décadas pela televisão mexicana e em todo o continente pela Televisa. Lotava estádios em toda a região. América Latina de Roberto Gómez Bolaños o amava, e o sentimento era mútuo. Fossem salvadorenhos, chilenos, brasileiros ou peruanos.

A história de Chespirito


Roberto Gómez Bolaños nasceu na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1929, filho da secretária Elsa Bolaños Cacho e do pintor, cartunista e ilustrador Francisco Gómez Linares.

Embora tenha estudado na Universidade Nacional Autônoma do México, nunca chegou a se formar.

Depois de tentar ser lutador de boxe, jogador de futebol e engenheiro, Bolaños finalmente descobriu que sua paixão era escrever. A carreira teve início na década de 1950 como escritor no rádio e na televisão.

Começou escrevendo esquetes para um programa de comédia chamado “Cômicos e Canções”. Chegou a fazer roteiros de cinema e estreou como ator no filme “Dos Locos en Escena”. Mas demorou para seguir na dramaturgia, passou muitos anos se dedicando a escrever para a TV mexicana.

Em 1968, foi chamado para estrelar ao lado de Ramón Valdés, Rubén Aguirre e María Antonieta de las Nieves “Los Supergenios de la Mesa Cuadrada”, na TIM [Televisión Independiente de México]. O Doutor Chapatin e o Professor Girafales nasceram ali. Esse seria também o encontro do elenco que mais tarde estrelaria Chaves e Chapolin, dentre outras produções.

Em 1970, surge Chapolin Colorado, um herói atrapalhado que seria um de seus mais famosos personagens. No ano seguinte, cria seu maior sucesso, Chaves, que o tornaria conhecido mundialmente ao lado de Carlos Villagrán [Quico], Ramón Valdés [Seu Madruga], Florinda Meza [Dona Florinda], Rubén Aguirre [Professor Girafales], Édgar Vivar [Seu Barriga // Nhonho], Angelines Fernandez [Dona Clotilde] e María Antonieta de las Nieves [Chiquinha].

↪ Chaves estreou no SBT em agosto de 1984, no programa do Bozo e ganharia um horário próprio alguns anos depois.

Chespirito também foi autor de outros personagens menos marcantes como Chompiras, Dr. Chapatin, Vicente Chambon e Chaparrón Bonaparte. Suas esquetes deram origem ao Programa Chespirito em 1980, que seguiu no ar até meados da década 1990.

O primeiro casamento de Roberto Bolaños foi com Graciela Fernandez, com quem teve seis filhos. Após o fim da união e de mais de 20 anos convivendo com Florinda Meza, atriz que interpretava Dona Florinda, os dois começam um romance e se casam em novembro de 2004.

Aos 82 anos, em 2011, Bolaños surpreendeu ao abrir uma conta no Twitter, onde passou a interagir com fãs e divulgar fotos de sua história e sua intimidade. Em apenas uma semana, conquistou mais de meio milhão de seguidores.

Em 2012, em homenagem aos 40 anos do personagem Chespirito, a Televisa promoveu uma grande festa que reuniu boa parte do elenco de Chaves e outras personalidades no Auditório Nacional do México.


Crianças, jovens e adultos de todas as idades se vestiram dos personagens da vizinhança em uma festa que ficou conhecida como “América Celebra a Chespirito” e que contou com a participação de 17 países, entre eles, o Brasil.

¡Adiós amigo!


Apesar da idade, Chespirito manteve contato com seus fãs. Em maio de 2011, ele abriu uma conta no Twitter, onde mantinha 6,61 milhões de seguidores até o momento de sua morte.

Seu filho Roberto Gómez Fernández produziu uma série de desenhos animados com base no programa original com atores que é transmitida pelo canal a cabo Cartoon Network.

A Televisa interrompeu nesta sexta-feira a programação de seus principais canais abertos e fechados de televisão, assim como de suas rádios, para fazer uma transmissão especial sobre sua vida e seus personagens.



O presidente do México, Enrique Peña Nieto, lamentou pelo Twitter a morte de um “ícone cujo trabalho transcendeu gerações e fronteiras”.



Estas ¡Gracias! não são exclusivas de um blog — ou mesmo de um autor e suas fontes —, mas sim são um agradecimento de todas as gerações que conviveram com a obra de Chespirito. Sem dúvida, suas criações não serão esquecidas tão cedo¡Gracias Chespirito!

Fonte: SBT; G1; Reuters; El País; Televisa
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