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Série Países: Sealand

Por João Pinheiro
Já falamos na Série Países sobre países curiosos e bonitos. Porém, nenhum é tão curioso quando Sealand. A ilha artificial servia de plataforma marítima da Grã-Bretanha, criada para a Segunda Guerra Mundial. Após ser abandonada, foi ocupada por um Major britânico e transformou-se em um país independente. Confira!


Conheça um pouco...

O Principado de Sealand (em português: Terra Mar) é uma entidade não reconhecida pela ONU, localizada no Mar do Norte a 10 km da costa de Suffolk, no sudoeste da Inglaterra. O território resume-se a uma grande base naval construída pelo Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. O acesso à ilha apenas é possível por helicóptero ou barco. Outrora chamada de Rough Towers, a base foi uma defesa marítima contra ataques alemães, consistindo em duas grandes torres com capacidade para 200 soldados. Foi desativada assim que a guerra acabou.
Desde 1967, a instalação tem sido ocupada pelo então Major britânico Paddy Roy Bates; seus colegas e familiares afirmam que ela é um Estado soberano independente. Comentadores externos geralmente classificam Sealand como uma micronação ao invés de um estado não reconhecido. Embora tenha sido descrita como menor nação do mundo, Sealand atualmente não é reconhecida oficialmente como um estado soberano por nenhuma outra nação soberana. Apesar de Roy Bates afirmar que ela é reconhecida de facto pela Alemanha, por ter recebido um diplomata alemão na micronação, e pelo Reino Unido, após uma corte inglesa decidir que não possui jurisdição sobre Sealand, nenhuma das ações constituem de jure o reconhecimento.
O governo britânico já ponderou retomar Sealand mais de uma vez, no entanto ele não é "invadido" pelo Reino Unido por ser considerado propriedade privada de uma família britânica e por possíveis danos à imagem pública do estado britânico.

A Terra Mar


Sealand, como o nome sugere, não tem nenhum grão de terra firme. O país nada mais é do que uma antiga plataforma de concreto e aço erguida em águas internacionais (a 10 km de distância de Suffolk, no sudeste da Inglaterra) e abandonada logo após o fim da Segunda Guerra Mundial.

A superfície de Sealand tem apenas 550 m², pouco maior do que a sétima parte de um campo de futebol oficial – que pelas normas da Fifa deve ter, no mínimo, 4.050 m² – e só pode ser alcançada de helicóptero, já que a violência das águas torna desaconselhável a aproximação de embarcações.

Bates teve a ideia de fundar seu próprio país num rompante revolucionário. De acordo com o site oficial do principado, ele sempre gostou de uma boa briga. Antes da Segunda Guerra eclodir, ele trabalhava como açougueiro em um mercado de Londres. Alistou-se no exército, onde alcançou o posto de major de infantaria, e serviu a seu país (ainda a Inglaterra) no norte da África, no Oriente Médio e na Itália.

Terminado o conflito, Bates viveu como pôde: exportou carne para a Irlanda, desrespeitando a lei de racionamento do pós-guerra, era proprietário de um barco pesqueiro equipado com frigorífico. Ainda arrumava tempo para sua rádio pirata, a Rádio Essex, que transmitia uma programação bem diferente (e mais agradável ao público) da BBC, emissora estatal. O Estado passou a perseguir os sinais piratas e foi aí que Bates e sua família partiram mar adentro.

Para poder continuar com seu sinal de rádio, ele ocupou em 1966 a base militar abandonada de Knock John, que ficava em águas internacionais. O Parlamento inglês, numa manobra esperta, decidiu ampliar a faixa geográfica da Grã-Bretanha no oceano, e Bates foi despejado. Mas não desistiu. Pegou seu barco e tomou como residência outra base militar abandonada, a Rough Towers. Mas dessa vez foi diferente.

Instalado devidamente na plataforma, Bates resolveu fundar seu próprio país depois de ter tomado conhecimento de que uma corte londrina não autorizou seu despejo do local, já que ficava em águas internacionais, portanto, fora do alcance da legislação britânica. Bates consultou advogados e amigos próximos e pintou, em uma placa de zinco ao lado da plataforma, o nome de seu país: Sealand (Terra Mar).

O novo país conta apenas com três quartos e pode abrigar apenas cinco pessoas de uma só vez. Mas ainda faltava algo. Em 2 de setembro de 1967, ele resolveu dar uma festa em sua nova casa para poucos amigos, vindos todos de helicóptero, é claro. Bates surpreendeu a todos quando se autoproclamou príncipe de Sealand e nomeou sua mulher Joan, princesa; seus filhos, Michael e Penelope, pequenos príncipes; e ainda apresentou a bandeira e o brasão oficiais de Sealand, com o seguinte lema: “E mare, libertas” (em português: “do mar, a liberdade”).

Vendo um país por 1 milhão, quem quer?


Em 2007, o príncipe Michael de Sealand decidiu colocar à venda sua ilha artificial na costa inglesa, considerada o menor país do mundo.

O Principado de Sealand emite seus próprios passaportes e selos dos correios, cunha sua própria moeda e tem uma seleção nacional de futebol, entre outras características de um estado independente.

Embora ofereça uma excelente vista para o mar, não é um lugar muito confortável para viver, já que o território de Sealand consiste em uma plataforma de concreto sobre dois pilares, parte de um forte marítimo construído na Segunda Guerra Mundial.

“Fomos os proprietários durante 40 anos e meu pai já tem 85 anos. Talvez seja preciso um pouco de rejuvenescimento”, afirmou Michael ao jornal britânico.

A ilha foi posta à venda pelo preço de 1 milhão de libras, aproximadamente R$ 3,42 milhões.

Em 2007, o site “The Pirate Bay” anunciou o interesse em comprar Sealand para lá hospedar os seus servidores, que formam o maior tracker de BitTorrents do mundo (segundo os próprios). Os fundadores do Partido Pirata estão interessados em ter um pouco de paz e sossego e hospedar seus serviços longe de ações judiciais, como as tentativas feitas pela RIAA (indústria fonográfica estadunidense) e outros.

Fogo na terra-mar


Em junho de 2006 houve um terrível incêndio em Sealand. A ilha sofreu um devastador incêndio que destruiu muito da administração do país, além do centro de energia.

Felizmente, os geradores/sistemas de emergência existentes permitiram o andamento contínuo das atividades, inclusive o governo promoveu vendas de bonés e semelhantes visando a arrecadar fundos para recuperar os estragos, e hoje a plataforma está recuperada.

[Micro]país do futebol


O país pode ser o menor do mundo, mas as façanhas vão ficando cada vez maiores. No último sábado (25/08/2012), a seleção do Principado de Sealand, nação de apenas quatro habitantes e 550 m² na costa da Inglaterra, conquistou seu primeiro troféu no futebol.

Após empate por 1 a 1 com a a ilha de Alderney, também próxima à Terra da Rainha, o time alvirrubro contou com a atuação heroica de um goleiro predestinado para sagrar-se campeã da Bavaria Cup nos pênaltis. Para quem não está entendendo nada, explica-se: para Sealand, só o fato de conseguir formar uma equipe já é uma vitória.

A formação da seleção de Sealand só é possível graças ao esforço de Neil Forsyth, jornalista e escritor de 34 anos que foi nomeado presidente da Federação de Futebol do país pelo príncipe-regente Michael. O escocês foi o responsável por reativar a equipe, agregando simpatizantes da causa nacional - vale tudo, de ex-jogadores profissionais a atores de seriados.

Na primeira tentativa, uma derrota por 3 a 1 para as Ilhas Chagos mostrou que o pequeno país ainda tinha muito a aprender, mas a evolução em três meses foi espantosa. Segundo Forsyth, a vitória sobre Alderney, na casa do rival, foi decisiva para os ambiciosos planos de Sealand.

“O resultado do jogo foi muito importante. É claro que nos divertimos com tudo isso, mas levamos os jogos muito à sério e ficamos extremamente felizes de conquistar nosso primeiro título e deixar a população de Sealand orgulhosa”, disse Neil, que, além de jornalista, escritor e presidente da Federação, é o centroavante do time.

Confiante com o troféu da Bavaria Cup, o dirigente já até tira onda. Perguntado se gostaria de ver um duelo entre Sealand e a seleção brasileira, Forsyth afirma que tem outra prioridade: “Acho que ainda não estamos prontos para pegar o Brasil. Mas, como escocês, digo que poderíamos ganhar facilmente da Inglaterra”, ri.

>>> POR QUE A Série Países?
A Série Países, do Curioso e Cia., tem um básico motivo: abrir os nossos horizontes. Estamos tão acostumados com a rotina brasileira, com o nosso estilo de vida, com o modo de agirmos e vivermos em sociedade. Então por que não conhecer outros países e culturas totalmente diferentes? Essa é a proposta do Curioso e Cia.

Fonte: Wikipédia; iG; História Viva; G1; Saber nunca é demais
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