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Ayrton Senna

A próxima postagem do Curioso e Cia. seria na quinta, mas hoje há um motivo especial. Há 18 anos, o Brasil está sem Ayrton Senna, um dos melhores pilotos da história da Fórmula 1, quem sabe o melhor.

Ayrton Senna da Silva nasceu em 21 de março de 1960, no bairro de Santana, em São Paulo. Sempre adorou automobilismo. Seu primeiro kart foi feito pelo próprio pai, com um motor de cortador de grama. Começou a competir oficialmente no kart aos 13 anos. Em 1981, começou a competir na Fórmula Ford inglesa. Um ano depois foi campeão europeu e inglês na Fórmula Ford 2000. Em 1983, ganhou o título inglês da Fórmula 3. Começou a chamar a atenção de várias equipes da Fórmula 1.


Fórmula 1

Sua primeira equipe da Fórmula 1 foi a Toleman, em 1984. Ele impressionou a todos com os resultados da época. Mas seus grandes feitos começaram na Lotus, em 1985. Nas três temporadas, ganhou experiência, conquistando, respectivamente, 38, 55 e 57 pontos nos anos e chegando ao 3º lugar no campeonato. Na McLaren (1988) conquistou seu primeiro título mundial, ao lado de seu maior adversário, Alain Prost. Conquistou três títulos mundiais. Em 1994 estreou na Williams, mas não completou a temporada por conta de seu acidente fatal.

Grande Prêmio de San Marino 1994 (Fonte: Wikipédia(Adaptado))

Na terceira corrida da temporada, o GP de San Marino, em Ímola, Senna declarou que esta deveria ser a corrida de início da temporada para ele, pois não havia terminado as anteriores e agora faltavam apenas quatorze corridas. Senna mais uma vez conquistou a pole, mas o fim de semana não seria tão fácil. Ele estava particularmente preocupado com dois eventos. Um deles, na sexta-feira, durante a sessão de qualificação da tarde. O piloto brasileiro Rubens Barrichello, envolveu-se em um grave acidente. Perdendo o controle de sua Jordan, passou por cima de uma zebra e voou da pista, chocando-se violentamente contra uma barreira de pneus. Felizmente, Barrichello saiu desse acidente com pequenas escoriações e o nariz quebrado, ferimento suficiente para impedi-lo de correr no domingo. Senna visitou seu amigo no hospital - ele pulou o muro depois que foi impedido de visitá-lo pelos médicos - e ficou convencido de que as normas de segurança da Fórmula 1 deveriam ser revisadas.

O segundo ocorreu no sábado, durante os treinos livres. O austríaco Roland Ratzenberger, correndo pela Simtek, bateu violentamente na curva Villeneuve num acidente que começou a se formar na fatídica curva Tamburello, quando a asa dianteira de seu carro se soltou fazendo-o perder o controle do veículo. Levado ao Hospital Maggiore de Bolonha, ele faleceu minutos depois. Essa foi a primeira morte de um piloto na pista em dez anos - desde que a FIA adotara sérias medidas de segurança -. Senna convenceu os oficiais de pista a levá-lo ao local do acidente para ver ele mesmo o que poderia ter acontecido e essa ousadia lhe custou mais uma advertência e algum desgaste na sua atribulada relação com a FIA. Senna passou o final da manhã reunido com outros pilotos, determinado a recriar a antiga Comissão de Segurança dos Pilotos, a fim de melhorar a segurança na F1. Como um dos pilotos mais velhos, ele se ofereceu para liderar esses esforços. Apesar de tudo, Senna e todos os outros concordaram em correr. Ele saiu em primeiro, mas J.J. Lehto deixou morrer sua Benetton, fazendo os outros pilotos desviarem dele. Porém Pedro Lamy, da Lotus-Mugen, bateu na parte traseira de Lehto, o que levou o safety car à pista por cinco voltas. Na sétima volta a corrida foi reiniciada, e Senna rapidamente fez a terceira melhor volta da corrida, seguido por Schumacher. Senna iniciara o que seria a sua última volta: ele entrou na curva Tamburello e perdeu o controle do carro, seguindo reto e chocando-se violentamente contra o muro de concreto. A telemetria mostrou que Senna, ao notar o descontrole do carro, ainda conseguiu, nessa fração de segundo, reduzir a velocidade de cerca de 300 km/h (195 mph) para cerca de 200 km/h (135 mph). Os oficiais de pista chegaram à cena do acidente e, ao perceber a gravidade, só puderam esperar a equipe médica. Por um momento a cabeça de Senna se mexeu levemente, e o mundo, que assistia pela TV, imaginou que ele estivesse bem, mas esse movimento havia sido causado por um profundo dano cerebral. Senna foi removido de seu carro pelo Professor Sidney Watkins, neurocirurgião de renome mundial pertencente aos quadros da Comissão Médica e de Segurança da Fórmula 1 e chefe da equipe médica da corrida, e recebeu os primeiros socorros ainda na pista, ao lado de seu carro destruído, antes de ser levado de helicóptero para o Hospital Maggiore de Bolonhaonde. Poucas horas depois, foi declarado morto.


Foi um GP trágico. Além do acidente de Barrichello e das mortes de Senna e Ratzenberger, o acidente entre J.J. Lehto e Pedro Lamy fez arremessar dois pneus para a arquibancada, ferindo vários torcedores. O italiano Michele Alboreto, da Minardi, perdeu um pneu na saída dos boxes e se chocou contra os mecânicos da Ferrari, ferindo também um mecânico da Lotus. Não bastando isso, durante alguns minutos as comunicações no circuito entraram em colapso, permitindo que o piloto Erik Comas, da equipe Larousse, deixasse o pit-stop e retornasse à corrida quando ela já havia sido interrompida. Comas somente entendeu o que estava acontecendo quando os fiscais de pista mais próximos ao acidente tremularam nervosamente suas bandeiras vermelhas indicando-lhe a situação. Se não fosse por essa atitude, ele poderia ter se chocado com o helicóptero que se encontrava pousado no asfalto da pista aguardando para levar Senna ao hospital.A imagem de Ayrton apoiado na sua Williams, flagrado pelas tevês, com o olhar distante e perdido, pouco antes do início do GP, ficaria marcada para sempre entre seus fãs. No Brasil, ficou muito difundida uma frase dita pelo jornalista Roberto Cabrini ao Plantão da Globo. Logo após a confirmação da morte de Ayrton, pelo hospital, Cabrini noticiou dizendo, por telefone:


 “Morreu Ayrton Senna da Silva... Uma notícia que a gente nunca gostaria de dar.”

Ayrton Senna antes do GP de San Marino (UOL)
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