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Qual pode ser a melhor forma de aprimorar o transporte urbano no futuro?

“QURIOUS” ON QUORA | EDIÇÃO: JOÃO PINHEIRO (ARTIGO COLABORATIVO)
Por mais que existam diversos projetos para melhorar o transporte urbano, nenhum deles parece ser eficiente a curto prazo. Então, perguntamos a vocês pelo Quora [link] qual pode ser a melhor forma de aprimorar o transporte urbano no futuro. Confira as melhores respostas.


Um mundo sem engarrafamentos pode parecer uma realidade distante ou até mesmo uma utopia quando se está em uma plataforma de trem ouvindo que o serviço foi interrompido por algum motivo.

Diante de tantas inovações, como as que mostramos no post anterior, podemos dizer que o transporte urbano do amanhã promete ser mais sustentável, limpo, integrado e inteligente.

Mas, para milhões de pessoas que estão frustradas ao redor do mundo com as alternativas disponíveis hoje, o importante é que esse futuro vire mesmo realidadee logo.

O grande problema é saber como tornar esse futuro realidade. Os usuários do Quora participaram dessa discussão e chegaram a alguns pontos interessantes! [Sempre é bom lembrar que as respostas são voluntárias e com uma opinião própria de cada um, ou seja, não representam diretamente a opinião do Curioso].

O estudante de robótica Nishant Pol diz que, embora os novos modos de transporte, tais como o “maglev”, os carros autônomos e demais, sejam legais, a flexibilidade do sistema é o fator mais importante.

Isso vem em duas partes: rota e volume. Flexibilidade na rota significa que as rotas disponíveis podem mudar com base na demanda devido a mudanças em bairros e locais de escritório. Trens não têm esse recurso. Já os ônibus, por sua vez, o têm. Flexibilidade no volume significa que a capacidade pode ser alterada para atender a demanda. Isso também é relativamente fácil para os ônibus, mas pode ser difícil para as locomotivas.

A maioria dos órgãos de trânsito manipulam esses fatores até certo ponto, e alguns sistemas mais inovadores fazer isso em tempo real. Portanto, o fator decisivo para o sucesso de novos sistemas de trânsito está na flexibilidade.

Lei Xue acredita que uma discussão ampla a respeito do assunto seria importante. Até agora, muitas cidades têm enfrentado problemas de trânsito por causa da grande quantidade de carros.

Segundo ela, é muito difícil convencer as pessoas a utilizarem o transporte público em vez de dirigir. Então, uma boa rede de transporte e o uso de energia limpa são importantes para uma melhoria.

Primeiro, se uma cidade tem boa rede de tráfego e as pessoas podem alcançar facilmente ao seu destino, por que não tomar o transporte público? Se mais e mais pessoas escolhem o transporte público, chegamos a uma grande mudança no transporte urbano.

Em segundo lugar, a energia limpa também irá desempenhar um papel no processo. Energia limpa irá melhorar o nosso ambiente para que as pessoas terão prazer em passar mais horas na área pública, e então não será preciso se trancar entre as janelas dos carros, podendo tomar o transporte público à vontade.

A grande quantidade de carros também é questionada por Ajay Jain. Segundo ele, o grande problema é causado pelo transporte pessoal, ou seja, carros. Cidades com um bom sistema de metrô, várias linhas de ônibus, ciclovias e caminhos adequados para caminhadas tendem a ser mais fáceis de se trafegar.

A noção de transporte pessoal para deslocamentos é um pouco egoísta e um desperdício. A maioria das cidades vibrantes nutrem o contato e a interação humana, muito em parte do transporte público.

Para Ajay, o verdadeiro desafio é criar um modelo flexível de transporte que me permita ao cidadão sair de casa e alcançar facilmente uma estação de metrô ou parada de ônibus para o trabalho ou para passeios e compras.

Assim como Lei, ele também acha que realmente precisamos chegar a uma fonte alternativa de energia, não poluente e eficiente. Os veículos elétricos ainda são carregados com energia produzida do carvão, petróleo ou centrais nucleares. Até agora nada chegou perto de bater a humilde bicicleta.

Enquanto gigantes da tecnologia buscam criar seus carros autônomos, John Hughes apresenta uma proposta mais produtiva e eficiente a longo prazo.

Ao invés investirem em carros autônomos, gigantes da tecnologia como Google e Microsoft poderiam considerar investir em soluções de transporte em massa. Cidades ao redor do mundo têm sistemas em vigor que poderiam beneficiar o investimento.

Uma das propostas seria aumentar o uso de ônibus e trens movidos a combustíveis não-fósseis. Outra seria disponibilizar os sistemas de trânsito a todas as pessoas. Incentive-os a usar os transportes em massa e torná-lo mais atraente de uma maneira mais concreta [redução de custos], para deixar os carros e outros veículos em casa.

Também seria interessante garantir que os funcionários tenham acesso a meios alternativos para chegar ao trabalho. E, além disso, juntar o custo deste serviço em seu pacote de benefícios. Isso tornaria a chegada ao trabalho mais simples, ao pegar um ônibus ou trem sem um custo de embarque a ser pago diariamente.

Essas empresas do meio tecnológico poderiam aproveitar cada estação de ônibus e trem como um meio de publicidade para serviços, garantindo uma eventual receita.

Iniciativas como essa não só ajudam a sociedade em geral, em uma escala global, mas também promovem um ambiente mais limpo e diminuem a dependência sobre os combustíveis fósseis.

E o que as referidas empresas ganham com o empreendimento? A exposição da marca, o rendimento dos anúncios e deduções fiscais para ajudar a compensar a despesa. Não há melhor maneira de fazer o bem do que ajudar seu próximo e o meio ambiente ao mesmo tempo.

Mas este conceito se aplica a todos os meios para se tornar um patrono para o projeto. Até mesmo os pequenos investidores seriam bem-vindos. Mas isso apenas atingirá a sua fase de concepção ideal quando as megacorporações adotarem e apoiarem o plano.

Ainda sobre a questão dos carros autônomos, Yousaf Shah se mostrou crítico aos projetos das gigantes da tecnologia. Segundo ele, a grande perturbação do transporte urbano, no futuro, poderá ser a presença veículos autônomos. A adoção em massa de veículos autônomos não só vai afetar o uso do automóvel privado, como também mudará significativamente o transporte público. Considere o seguinte:

1. Uma vez que todos os carros em uma cidade estejam viajando em uma única rede de tráfego, rodovias e principais artérias serão compostas por carros e mais carros fluindo livremente, o que irá diminuir o uso, ou até mesmo substituir as linhas de transporte de massa. O conceito de fluxo livre é baseado na ideia de que nosso comportamento nas rodovias atuais é regido por medidas de segurança que se baseiam em casos de erro humano. Se as máquinas estarão operando todos os veículos em uma única rede, não serão mais necessárias as mesmas precauções de segurança.

2. Ruas de menor capacidade irão substituir linhas de transporte público.

3. Veículos autônomos provavelmente serão de propriedade e operados por empresas privadas. Ninguém terá de possuir seus próprios veículos; carros virão para buscá-lo em casa e deixá-lo no local de trabalho e, em seguida, irão transportar a outra pessoa. O conceito de “compartilhamento de veículos” vai afastar as pessoas da ideia de possuir veículos de passeio, semelhante à forma como usamos transporte público hoje.

Conceitualmente, isso seria semelhante aos carros no filme “Minority Report - A Nova Lei”. Agora, o resultado final. Não veremos veículos autônomos em vias urbanas tão cedo. Chegar a este ponto vai exigir certas mudanças:

1. Os lugares mais propensos a receber primeiro os veículos autônomos são rodovias, onde o fluxo de tráfego é muito estruturado e apenas tipos específicos de veículos são permitidos. O acesso limitado em rodovias torna mais fácil permitir a um mecanismo controlar uma máquina em um lugar onde não teria que se preocupar com interrupções constantes, como pedestres e ciclistas.

2. As melhorias para veículos já estão acontecendo com mudanças mais simples, como o “cruise control” [velocidade constante sem a necessidade de manter o pé no acelerador] e o estacionamento automático. Os primeiros veículos totalmente autônomos nas rodovias deverão ser os caminhões, tal como proposto pela Mercedes.

3. Os veículos de passageiros, então, receberão opções de controle computadorizado para uso nas rodovias.

Neste ponto, praticamente todos os carros terão a capacidade para alternar entre motorista e máquina. Na esfera urbana, a primeira adoção de veículos autônomos deve ser em táxis, e só após em veículos particulares. Considere o fato de que o Uber já começou a fazer a pesquisa em inteligência artificial, noticiada em artigo do The Verge.

Isso ainda deve demorar para acontecer. Mesmo a Mercedes não espera que seus caminhões autônomos possam estar na estrada até a década de 2020, e com toda a política de regulação e questões de segurança que veículos autônomos terão de ser sujeitos, não é provável que os vejamos nas estradas até 2050.

No entanto, veículos autônomos podem acabar sendo a solução para os problemas de transporte urbano, pois, devido à possível eficiência do transporte, vamos precisar de menos estradas, menos estacionamentos, e teremos menos congestionamentos.




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Fonte: “Qurious” on Quora
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