recent

Titulo

Ajude inventores brasileiros a desenvolver e por em prática suas ideias

João Pinheiro + Paulo Gannam [trechos]
De avião a escorredor de arroz. Os brasileiros já inventaram muito [veja nossas invenções clicando aqui] e ainda tem muito que inventar. Mas um pontapé inicial pode ser necessário atualmente. Conheça as invenções desse brasileiro, que só precisam de uma ajudinha para entrarem no mercado!


Sistema eletrônico de comunicação entre veículos, lixa aperfeiçoada, sensor lateral de estacionamento, essas são algumas das ideias do inventor Paulo Gannam. Formado em jornalismo pela Universidade de Taubaté e especialista em dependência química pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, sua verdadeira paixão é pela criação, solicitação da patente, negociação e comercialização de produtos no mercado.

Essa paixão começou quando ainda cursava jornalismo e escrevia para um blog. Em seu artigo “Obra-prima de borracha”, comenta ter sido apresentado a uma galocha, espécie de protetor de sapatos 100% de borracha para os dias de chuva, por seu tio, que a trouxe de seu sítio.

O objeto estava bem acabado, mas o benefício de seu uso trouxe a reflexão: por quê não melhorá-la? “Creio que ali estava começando a florescer este verve inventivo”, comenta Paulo.

Sua primeira invenção — ou tentativa — foi uma máquina para a produção de creme para açaí na tigela. Grande apreciador desse alimento, pensou até em abrir um negócio e vender seu próprio produto. Porém, a produção manual do creme atrasaria todo o processo e percebeu que uma máquina poderia agilizar.

“Passei quase um ano com um técnico, tentando construir a máquina, mas o máximo que conseguimos foram sucessivas ‘explosões’ da engenhoca, e precisei abandonar a ideia, pois não tinha mais dinheiro para investir”, diz o inventor.

A partir dessa tentativa, Paulo não parou mais de ter ideias. Elas surgem espontaneamente e com bastante ócio, pois o ócio permite entrar numa “frequência inventiva”, em que você passa a observar o funcionamento das coisas e o comportamento das pessoas de um modo bem distinto. Fica mais sensível a captar necessidades dos indivíduos e a deficiência do funcionamento de certos objetos.

Os projetos de Paulo


Atualmente, Paulo possui 4 patentes conceituais depositadas no INPI [Instituto Nacional da Propriedade Industrial].

São quatro conceitos descritos de novos produtos, aguardando parecer do instituto, o que não impede de serem lançados no mercado, mediante contrato específico que se baseia na ideia de expectativa de recebimento da carta-patente. Chama-se Contrato de Licença para Exploração de Patente Depositada.

Além dessas, são mais 800 ideias “cruas”, que ainda não foram bem descritas, desenvolvidas nem patenteadas. O investidor poderá ter acesso mediante assinatura de um termo de confidencialidade, no qual se garante que as ideias trocadas entre as partes ficarão ali mesmo, dando segurança e não dando direitos de patente a quem ouve as ideias. Leia a seguir trechos dos releases oficiais de seus quatro inventos com pedido de patente:

↪ Sistema de Cooperação no Transito

Acidentes de trânsito ocorrem o tempo todo. Segundo o Portal do Trânsito Brasileiro, a cada 57 segundos ocorre um acidente de trânsito. Neste exato momento, alguém pode estar perdendo a vida por distração de outro motorista, por um problema no próprio veículo, ou por desconhecer alguma situação à frente numa rodovia que desencadeará prejuízos a vários condutores e passageiros.

Para diminuir acidentes causados por problemas no trânsito e nos veículos, o inventor desenvolveu o “Sistema de Cooperação no Trânsito”. Trata-se de um sistema eletrônico de comunicação instantânea que alerta, com frases curtas e objetivas, qualquer problema identificável em um veículo. A comunicação é feita pelos usuários de outro veículo que também disponha do aparelho. Alguns exemplos: luz de freio queimada, pneu murcho, luz de ré queimada.

O dispositivo também facilita o rápido intercâmbio de informações entre motoristas, que poderão alertar uns aos outros sobre problemas identificados nas rodovias, como acidentes e animais à frente, incêndios, neblina, etc.

Este sistema evitará acidentes importantes e ajudará a criar um clima amistoso e de cooperação no trânsito. Cada mensagem contará com uma numeração, identificada no painel do carro por meio de botões que, acionados, ativam a mensagem exata que se deseja enviar ao receptor, não tirando a atenção do motorista por ser de fácil e ágil manuseio.

Outra vantagem do invento: possibilitará a troca de informações instantâneas entre polícia, corpo de bombeiros e demais instituições governamentais ligadas de algum modo ao trânsito, de maneira a facilitar, também, a troca de informações importantes entre cidadãos e instituições do governo acerca de acidentes, problemas climáticos e outras situações ligadas ao trânsito e aos veículos.

Vale lembrar que este sistema não permite o envio de mensagens ilegais, como, por exemplo: “blitz à frente, dê o fora”, pois serão mensagens pré-gravadas a serem definidas pelo fabricante. O envio ilimitado de mensagens pode ocorrer com o uso de aplicativos de celulares e ter efeitos indesejados ao trabalho da polícia, corpo de bombeiros, etc. Este é um diferencial do produto.

↪ Sensor Lateral de Estacionamento

Muitas pessoas sentem dificuldade em encostar ou estacionar seu carro e acabam danificando as rodas e pneus do veículo no meio-fio.

Outras, mesmo bem preparadas para executar a tarefa, uma vez ou outra acabam cometendo algum deslize e ficam aborrecidas com o resultado.

Para reduzir os riscos estéticos que podem acontecer nesta situação, o inventor desenvolveu um “Sensor lateral de estacionamento junto ao meio-fio”. Trata-se de um sensor que avisa o momento em que o condutor estiver próximo de encostar o pneu ou roda junto ao meio-fio, em qualquer tipo de movimento [com ou sem uso de marcha-ré].

O invento permite o conhecimento antecipado e preciso de uma distância segura entre pneus/rodas e o meio-fio, proporcionando maior tranquilidade ao motorista, com uma margem de segurança ao estacionar o carro, eliminando aquele desgaste nos pneus e nas rodas por meio de arranhões, rupturas, manchas.

Este projeto agrega diversas vantagens, entre elas: praticidade, facilidade, tranquilidade e maior segurança para aquelas pessoas que gostam de proteger seus carros o máximo possível, mantendo seu veículo sempre valorizado e em bom estado.


↪ Protetor de Unhas para Portadores de Onicofagia

Muitas pessoas têm o péssimo hábito de roer as unhas compulsivamente até se ferir [onicofagia] e, dificilmente, conseguem inibi-lo, a não ser por uso de medicamentos e outras terapias.

Cerca de 19% a 45% da população, oscilando de acordo com a faixa etária, tem este hábito. Atualmente, já existe um tipo de “esmalte” que, por ter gosto ruim, diminui a vontade de roer unhas. Ainda assim, há pessoas que roem as unhas com esmalte e tudo.

Pensando nisso, o inventor, um assumido roedor de unhas, desenvolveu um “Protetor de Unhas para Portadores de Onicofagia”. Trata-se de uma película que reveste as unhas do usuário de forma elegante e discreta, sem causar desconforto algum, pois cobrem apenas as unhas sem incomodar o tato, e pode ser usado por homens e mulheres.

Alguns modelos do invento possuem um sistema de pressão sobre a região desejada, com furinhos para permitir maior possibilidade de transpiração. Outros têm uma base circular de pressão para que o restante do tecido que cobre as unhas seja mais suave, evitando desconfortos numa região maior dos dedos.

Segundo o inventor, o protetor de unhas inibe um hábito “autodestrutivo” e incentiva a pessoa a começar a identificar quais sentimentos estão envolvidos no momento em que ela deseja roer as unhas automaticamente.

“Você pode me dizer: Mas basta tirar o protetor e fazer a festa com as unhas, detoná-las. É verdade, mas este protetor é direcionado ao público que já tem intenção de parar de roer e esta é uma forma de ajudar o usuário a manter o compromisso com a mudança de comportamento”, explica.


↪ Lixa para unhas três em uma

Ter unhas higienizadas e devidamente lixadas é um cuidado básico que precisamos ter no nosso dia-a-dia. Porém, algumas lixas, por serem grossas e demasiadamente largas em suas extremidades, provocam incômodo e esfoliações na pele em volta da cutícula.

Pensando em promover maior praticidade e conforto na hora de lixar as unhas, os inventores Paulo Gannam e Fernanda Queiroz Gannam criaram um formato de lixa inovador: “Lixa para unhas três em uma”.

Trata-se de um produto inédito no mercado, cuja extremidade é arredondada e fina. Suas funções consistem em uma parte para dar brilho, outra, lixar a superfície da unhas, e, entre as pontas, no cabo dessa lixa, há uma superfície circular para lixar o contorno da unha com diversos graus de aspereza — espessura em sua circunferência, conforme preferência do usuário.

Este invento agrega diversos benefícios, entre eles: não será mais preciso comprar várias lixas, economizando espaço na bolsa, maior eficiência no ato de lixar devido ao seu formato específico que atingirá bem as áreas desejadas sem risco de esfoliações da pele em volta e tudo isso com um excelente custo × benefício.

Sucesso × Fracasso


Paulo é inventor em início de carreira. Os 4 projetos que estão com patente requerida estão em fase de divulgação ainda. Faz cerca de 3 anos que vem apresentando esses projetos a empresas, sobretudo pelas redes sociais voltadas para negócios. Somente assim, ele tem acesso aos profissionais dos departamentos competentes das empresas, de modo a poder buscar um estreitamento de relações comerciais. Ser inventor no Brasil, segundo ele, tem muitos entraves, por 3 razões básicas:

1. Não existe nenhum programa que apoie de fato o inventor independente, pessoa física, com recursos para que ele possa realizar um estudo de viabilidade técnica e econômica de seu projeto e desenvolvimento de um protótipo físico.

Na maioria das vezes, os programas de apoio são voltados apenas para empresas, pessoas jurídicas com CNPJ, “como se o foco devesse estar em empresas, e não na inovação e qualidade do projeto de que se está falando, que pode movimentar muito dinheiro”.

Mais de 60% de tudo o que foi inventado ou aperfeiçoado no mundo até hoje foi a partir de inventores autônomos. No Brasil, não há a preocupação com uma boa ideia vinda de anônimos, pessoas físicas. Se você não está conveniado a um centro de pesquisa, universidade ou pessoa jurídica, não receberá um centavo e terá de trilhar um caminho solitário, pedregoso e normalmente demorado até encontrar um parceiro para seu projeto.

2. O empresário brasileiro tem perfil mais conservador, gosta de retorno a curto e [no máximo] médio prazo, e está com pouco capital de risco para investir. Uma nova ideia requer investimento em maquinário, desenvolvimento de modelos do produto, planejamento de marketing, etc. Isso faz a empresa sair do roteiro que estava planejado, podendo levar alguns anos até que, de fato, o produto seja lançado no mercado e traga o retorno desejado.

3. Há empresas cuja política não admite a entrada de ideias vindas de fora, por já possuírem departamentos de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos em sua estrutura. Outras, porém, estão começando a se adaptar ao que vem sendo chamado de “open innovation”, que é a possibilidade de a empresa trazer inovação e aumentar seus lucros com base em ideias oriundas de fora, aceitando que no mundo tem muitas cabeças pensantes e que ideias surgem a todo momento dentro ou fora dessas organizações.


Gostei! Como posso ajudar?


Para os inventos com patente requerida no INPI, que passaram por um filtro de viabilidade de um especialista em marketing de novos projetos, o objetivo do inventor é licenciar estas patentes a um fabricante do ramo. Isto dá ao fabricante exclusividade em seu ramo de atuação, maior valor agregado, livre de concorrência, valorização do patrimônio intangível de sua empresa e até 20 anos de direito de exploração industrial/comercial do produto.

Quanto às demais ideias, isto vai depender muito do investidor. “Eu não domino ramos de administração, economia, a ponto de eu mesmo dizer para o investidor se ‘essa ideia vai dar certo e esta não’, categoricamente. Eu sou inventor, e o que vem à minha mente é aleatório, não tem crivo, o único crivo é uma aparente necessidade identificada para a qual ainda não foi criado produto específico”.


Para estas quase 800 ideias cruas, o ideal seria conversar com novos empreendedores, empresas nascentes, e que têm interesse em começar um projeto de um novo produto do zero. Inventor e empresa participariam juntos de todo o processo, talvez formando sociedade, patenteando o invento e lançando no mercado juntos.

“Se algum investidor com recursos tiver interesse, há um modelo de parceria interessante: filtramos essas centenas de ideias juntos, pegamos as que realmente podem valer ouro, ele arca com todo o processo de patente, desenvolvimento e estudo de viabilidade técnica e econômica do produto e, na sequência, negociamos essa patente no mercado e definimos a participação comercial de cada um (eu por ter contribuído com a ideia, e ele com os demais itens mencionados).

Tem interesse em ajudar Paulo? Entre em contato com ele a partir de seu e-mail ou de seu LinkedIn. O Curioso e Cia. deseja sucesso ao inventor e que seus inventos possam entrar no mercado em breve.



Gostou das invenções? Fique ligado no Curioso e Cia. Veja outros posts como esse ou sugira um outro por e-mail, por mensagens do Facebook, pelo Twitter com a hashtag #QueroVerNoCurioso ou pelo Ask.FM. Entra aí:
Fonte: Curioso e Cia; Paulo Gannam
Tecnologia do Blogger.